M. C. ESCHER

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

INSTABILIDADES DE BÉNARD

“A instabilidade dita 'de Bénard' constitui um outro exemplo surpreendente em que a instabilidade do estado estacionário determina um fenômeno de auto-organização espontânea. A instabilidade é criada por um gradiente vertical de temperatura imposto a uma camada líquida horizontal: a sua superfície inferior é levada por aquecimento a uma temperatura determinada, mais elevada que a da sua superfície limite superior. A assimetria dessas condições aos limites determina um fluxo permanente de calor de baixo para cima. A partir de um valor limiar do gradiente imposto, o estado de repouso do fluido, o estado estacionário onde o calor é transportado por difusão, sem efeito de convecção, torna-se instável. Um fenômeno de convecção, de movimento coerente das moléculas do líquido, instaura-se, o qual acelera o transporte de calor e, para um mesmo valor da coerção (do gradiente), faz aumentar, portanto, a produção de entropia do sistema. (...) As células de Bénard constituem um primeiro tipo de estrutura dissipativa, cujo nome traduz a associação entre a ideia de ordem e a de desperdício, tendo sido escolhido de propósito para exprimir o fato fundamental novo: a dissipação de energia e de matéria – geralmente associada às ideias de perda de rendimento e de evolução para a desordem – torna-se, longe do equilíbrio, fonte de ordem; a dissipação está na origem do que se pode muito bem chamar de novos estados da matéria. (...)” ILYA PRIGOGINE

PRIGOGINE, Ilya., STENGERS, Isabelle. A Nova Aliança: metamorfose da ciência. Brasília: UnB, 1984, p. 113 e 114.

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